É necessário iniciarmos esse assunto falando logo que depressão é uma doença psiquiátrica crônica e não um “estado de espírito” ou uma “frescura”, como é tratada pelas pessoas não afetadas e desentendidas do assunto.
Continue lendo que vamos explicar sobre essa doença que é a principal causa de incapacidade em todo o mundo, atingindo cerca de 4.4% da população mundial de acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde). São cerca de 300 milhões de pessoas afetadas.
A depressão é uma doença que produz alteração do humor e tem como característica a ausência de ânimo, a tristeza profunda, o sentimento de culpa e a perda do interesse. Também traz consigo o sentimento de amargura, desesperança e baixa autoestima que podem causar distúrbios alimentares e do sono.
É triste, sim. Mas precisamos diferenciar a doença que é a depressão, daquela tristeza transitória causada por alguma situação desagradável como a morte de um familiar ou amigo querido, a perda de um emprego, um desencontro amoroso, problemas econômicos, etc.
Porém, não podemos confundir tristeza e depressão. A tristeza é algo comum, do cotidiano, mas é transitória e pessoas que não sofrem com depressão levam em média de 15 a 20 dias para assimilar o ocorrido e superá-lo.
Em um quadro de depressão, essa tristeza não diminui e com isso o humor da pessoa permanece deprimido, fazendo com que a vontade e o interesse pelas atividades que anteriormente traziam prazer para essa pessoa se esvaeça. A pessoa com depressão também não sente ou prevê algo que possa fazer parar mudar seu quadro de humor.
Essa doença que ficou conhecida como o “mal do século”, porque estima-se que atinja 19% das populações (1 em cada 5 pessoas), possui diversos tipos de distúrbios. Abaixo vamos citar os principais.
Como diz o nome dado ao distúrbio, é um episódio no qual por um período de tempo a pessoa apresenta mudanças em seu comportamento. Os principais sintomas são: tristeza; falta de prazer; falta de pró-atividade; alteração no sono; pensamento lento; alteração no apetite; lerdeza nas funções motoras e falta de energia.
Tem-se um quadro de episódio depressivo quando os sintomas duram meses, mas não se intensificam.
Esse transtorno é diagnosticado quando uma pessoa apresenta quadros depressivos recorrentes, ou quando essa pessoa apresenta os sintomas citados anteriormente (episódio depressivo) e esses sintomas se intensificam.
Esse já é um quadro mais grave da doença e pode ter relação com a herança genética da pessoa, mudando reações químicas no funcionamento do cérebro e podem ser desencadeadas por causas físicas ou emocionais.
Dentro do transtorno de bipolaridade podem haver fases de depressão. Na fase de depressão, os sintomas são os mesmos já apresentados. Mas na fase de euforia, essa pessoa pode apresentar sintomas como: desatenção; agitação; aumento de impulsividade; obsessão e hiperatividade.
Essa é uma forma crônica de depressão, mas é menos grave que o transtorno depressivo maior. Pode durar bastante tempo, muitas vezes 2 anos ou mais. Uma pessoa com distimia pode apresentar ainda: baixa produtividade; inadequação; ser excessivamente crítico e reclamar excessivamente.
De forma geral, este é um quadro que costuma apresentar melancolia, em que o paciente apresenta tristeza, inutilidade, desesperança e pensamentos de morte. Outros sintomas como humor apático e aumento excessivo de sono também são predominantes.
Com sintomas que incluem desesperança e tristeza, a depressão pós-parto, como o próprio nome já descreve, acontece logo após o nascimento de um bebê. Não é incomum que novas mães tenham mudanças de humor e crises de choro após a chegada do novo bebê. Porém, existem mães que experimentam esses sintomas de forma mais intensa e prolongada. Isso dá origem à depressão pós-parto.
Existe também a forma de depressão que é desenvolvida durante a gravidez.
As variações hormonais e os estresses ocasionados por conta da mudança no corpo da mulher, juntamente com preocupações excessivas com a realidade de trazer um filho ao mundo podem implicar em uma quantidade de transtornos mentais, como a depressão.
Alguns sintomas de depressão gestacional podem ser confundidos com sintamos normais de gestação, o que torna o diagnóstico difícil. Mais de 20% das mulheres que apresentam depressão pós-parto já apresentavam sintomas de depressão gestacional.
Por isso, é importante o acompanhamento médico para que caso diagnosticada, a mulher possa receber o tratamento correto e assim garantir boa saúde para ela e para o bebê.
Essa forma de depressão se assemelha muito com o transtorno depressivo maior. Porém, uma importante diferença entre os dois é que ao invés de tristeza a pessoa afetada costuma apresentar irritabilidade excessiva.
Esse tipo de depressão costuma se manifestar mais em adolescentes com abuso de drogas, ansiedade e TDAH (transtorno de déficit de atenção e hiperatividade).
Muitas vezes a depressão na adolescência é confundida pelos pais por acharem que a dificuldade em estudar, o problema com autoridade e a permanência excessiva no quarto sejam apenas rebeldia de adolescente. O recomendado é que a família procure orientação psiquiátrica para que o adolescente seja avaliado apropriadamente e se for o caso, para que receba o tratamento correto e não deixe com que essa doença tenha grande impacto em seu futuro.
Se a resposta para a pergunta acima for positiva, procure um médico ou ajuda a pessoa conhecida a reconhecer que precisa procurar ajuda profissional. Depressão é uma doença e precisa ser tratada por um médico.
Não tenha medo ou vergonha em colocar para fora e expressar tudo o que vem sentindo para esse profissional. Através desses dados esse médico vai prescrever o melhor tratamento para que seu paciente tenha volte a ter alegria e uma melhor qualidade de vida.
Conte com a equipe multidisciplinar da Clínica Ser Saúde Mental para te ajudar!
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